

BBC Brasil – 31 out 2017
Amanda Cook fuma há muito tempo. Quando seus filhos a visitam com os netos, ela evitar fazer isso, mas não se incomoda em acender um cigarro quando está sozinha com “seu bebê”, a cadela Millie. Mas isso não é uma boa ideia, dizem cientistas.
Animais de estimação correm um risco igual ou maior de serem vítimas de fumo passivo do que humanos, diz uma pesquisa da Universidade de Glasgow, no Reino Unido. Eles inalam mais fumaça e, por causa de sua rotina de limpeza, ingerem nicotina ao limpar seus pelos e penas.
Assim, cães podem desenvolver câncer de pulmão ou de cavidade nasal e seios paranasais. Gatos podem ter linfoma, e pássaros, coelhos e porquinhos-da-índia têm mais chances de sofrer de problemas respiratórios e doenças de pele. Os especialistas esperam que esses resultados motivem os donos dos animais a parar de fumar.
Uma campanha de conscientização está sendo realizada pelo Royal College of Veterinary Surgeons (RCVS) e o Royal College of Nursing (RCN), as maiores associações britânicas de veterinários e enfermeiras respectivamente, para informar sobre os danos que podem estar causando.
“Muitas pessoas ficariam horrorizadas ao descobrir que o fumo passivo pode prejudicar seus animais e, em alguns casos, encurtar muito a vida deles”, diz Wendy Preston, da RCN. “Queremos facilitar a conversa sobre isso entre veterinários e enfermeiras veterinárias com os donos dos pacientes.”
Simon Clark, diretor do grupo Forest, grupo que defende os direitos de fumantes, diz que os riscos identificados pelo estudo estão sendo “muito exagerados” e que são uma distração para casos genuínos de abuso de animais.
Quais são os riscos?
Mesmo sem viver em casas de fumantes, gatos podem estar expostos ao fumo passivo por causa de seus hábitos | Foto: PA