Meu nome é Kelly Ness. Desde meados de janeiro de 2014, tenho sido voluntária no Abrigo Piccolina, uma ONG que mantém um abrigo para cachorros resgatados, um dia vitimados pelo abandono ou outras formas de crueldade. Atuo no abrigo, em media, quatro horas por dia, quatro dias por semana.
O Abrigo Piccolina faz uma campanha intensa de adoção, mas porque as pessoas geralmente preferem filhotes ou cachorros de raça, os adoções não alcançam altas taxas. Efetivamente, o abrigo serve como um asilo para cachorros velhinhos, bem como um orfanato para os novinhos. A maioria dos cachorros são saudáveis e ativos, mas muitos são velhinhos ou pelo menos de meia idade. Alguns têm só três perninhas, outros, apenas um olho ou são totalmente cegos, e vários sofrem convulsões e tomam medicamentos. Corta o meu coração saber que a imensa maioria desses cachorros fofos nunca terão um lar, onde teriam a atenção e o amor que apenas uma família poderia dar. Esse o motivo de ter aceito escrever no blog do Piccolina sobre os “Amores de Kelly”.
Eu sou dos Estados Unidos. Muitas lojas lá, especialmente livrarias, tem seções chamadas “staff picks” (escolha dos funcionários). Na mesma linha, vou falar sobre os “Amores da Kelly”, focando em cães que vivem no abrigo. Eu conheço a maioria dos cachorros por causa do tempo que eu passo no abrigo. Quando eu comecei a ser voluntária, eu tinha só alguns favoritos, talvez 15 ou 20. Agora eu tenho mais ou menos 250 favoritos! Acho que isso vai me permitir escrever bastante sobre essas vidas tão especiais.
Eu quero que vocês que vão conviver com meus “amores” nesse blog conheçam as personalidades desses simpáticos vira-latas, como eu mesma passei a conhecê-los. Quero ainda evidenciar que os vira-latas são muitas vezes mais saudáveis, ativos e brincalhões que os cachorros de raça.Não é minha intenção convencer alguém a adotar exatamente os cachorros que eu descrevo, mas – quem sabe – abrir mentes e corações, para que mais e mais pessoas entendam que um cachorro pode estar um pouco velhinho, ter um pequeno problema de saúde, não ter uma raça específica, mas ser muito, muito especial.
Por fim, espero que vocês não se incomodem por ocasionalmente colocar os cachorros como se fossem pessoas, mas isso é inevitável com aquelas “personalidades” que eu conheço e aprendi a amar. Venham comigo nessa jornada de alegria, aprendizado e amor!
De origem norte-americana, ao estabelecer moradia em Avaré, a fisioterapeuta Kelly buscou uma entidade para exercer trabalho voluntário. Assim, conheceu o Abrigo Piccolina. Foi amor à primeira vista, pela instituição e pelos cães. Desde janeiro de 2014, a paixão só cresce. Ela brinca, cuida, troca afeto, escova, conversa com os peludos. Chora quando uma vidinha se vai; abre seu coração iluminado para novos resgatados. Dos cinco ou seis “favoritos” eleitos anos atrás, agora Kelly lista “mais ou menos 250 favoritos”.